segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Acerca do artigo Visão: “Doze perguntas e respostas para perceber Copenhaga”

Acerca da pergunta/resposta 11 do artigo da Visão (07Dez2009): “Ainda há dúvidas científicas sobre as alterações climáticas e a responsabilidade do Homem no fenómeno?”

Comentários meus nesse artigo

1.Quanto ao aquecimento global concordo com a hipótese levantada no post “Lógica e falácia correlação-causalidade” do Prof. Jorge Buescu no blog De Rerum Natura (2007). Basta digitar o dito título no Google e ler-se uma posição científica que presumo muito consistente, raramente referida na comunicação social quando se aborda o tema da pretensa causalidade das emissões do CO2 antropogénico no aquecimento global. Assim cito:

“(Já agora, para que não haja alarmismos injustificados: a actividade humana é responsável por apenas 3% das emissões de CO2, que por seu lado constituem apenas 20% dos gases de efeito de estufa; 70% são vapor de água.) Aumento de temperatura e aumento de CO2 estão de facto correlacionadas e vão a par. Mas sempre foram! E o aumento do CO2 sempre se seguiu ao aumento de temperatura! A causa não é o Homem: é outra, que provoca ambas estas variações correlacionadas.(…)

Os ciclos solares essenciais foram identificados em 2001, e têm sido confirmados independentemente, por vários métodos, desde então. Se for este o mecanismo de forçamento do clima, e portanto do aquecimento global, bem podemos tentar diminuir as emissões de CO2 à vontade: estamos a dar a resposta errada a um pseudoproblema. Temperatura e CO2 vão aumentar acompanhando a verdadeira causa, o aumento da actividade solar. Correlação não implica causalidade.”

Por que não lermos também posições científicas que não se enquadram no politicamente correcto do dito aquecimento global?!.

2. Após comentário de "a dúvida” que agradeço, reflecti mais detalhadamente na P/R 11 de "A Visão". Assim acentuo ser do maior interesse ler-se o post “Lógica e falácia da correlação-causalidade” de 2007, no blog De Rerum Natura. Aqui fica, com a devida vénia, parte do comentário do Prof. Jorge Buescu feito a comentários similares colocados no dito.

"Finalmente, devo dizer que o IPCC não é, como se pensa, uma espécie de super-autoridade com isenção absoluta. É essencialmente um corpo político (PAINEL INTERGOVERNAMENTAL SOBRE ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS: no nome aparecem os Governos, não a Ciência. Não é uma Comissão Científica; é um órgão político. A maioria dos seus membros são políticos e representantes dos governos sem credenciais em climatologia. Claro que integra cientistas, e tenta sem dúvida recrutar os melhores, como corpo consultivo. Contudo, o IPCC tem uma longa história de representação errada da realidade científica: em 1996 a parte científica do Relatório foi modificada, após o peer review, para estar de acordo com o Summary for policymakers. Isto foi um escândalo na altura. Contei o ultimo episodio de manipulação mais do que duvidosa da Ciência mais do que duvidosa no meu post sobre o Taco de Hóquei. O IPCC até quis eliminar dos livros de História e Climatologia em 2001 a existência de um "Período Quente Medieval" e de uma "Pequena Idade do Gelo" (aspas do IPCC), reduzindo-as a "pequenas flutuações de menos de um grau", num acto de revisionismo estalinista."

3. Acerca da ‘teoria da conspiração’ das companhias petrolíferas reitero salientar nos meus comentários que haverá uma agenda política menos clara que pode estar a ser condicionada por fortes interesses económicos emergentes, de forma a beneficiar-se empresas e tecnologias que nos dizem poder responder ao pretenso aquecimento global proveniente do CO2 antropogénico.

Talvez elas façam tanto ou mais lobby do que as petrolíferas pelas quais não nutro simpatia. Oxalá os carros eléctricos vinguem. Contudo como produzirmos mais energia em termos competitivos?... Não cabe aqui abordar a complexidade da temática. Sempre foi entretanto minha percepção que a nível do planeta somos um pequeno grão na engrenagem, muito longe de podermo-nos “pôr em bicos de pés” e pensarmos que somos determinantes na seu evoluir, o que não quer dizer que nos demitamos de procurar controlá-lo a nosso favor. Só que há imensa especulação e manipulação em função de objectivos políticos menos claros.

Por ex. por que não se limitam entradas de tantos carros nas cidades, que criam localmente pequenas “ilhas de calor”, contribuindo para uma maior poluição e bem menor qualidade de vida?! A decisão não é fácil… Mas é aliás isto que cientistas honestos, que não se deixem condicionar pelo vil metal nos alertam, só que esses talvez sejam bem menos ouvidos. Veja-se a propósito a posição do Prof. Delgado Domingos “O escândalo do Climategate e a conferência de Copenhaga” também no blog De Rerum Natura.

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