terça-feira, 12 de agosto de 2014

Do Norte de Portugal, região ocultada pelo centralismo lusitano.

O centralismo lusitano fez-nos crer que quando nos tornamos independentes foi de Castela (espanhóis), mas tão só dividimos a Gallaecia. Houve a separação do Conventus Bracarensis, do Conventus Lucensis e Conventus Asturicensis, no que contaram com o valoroso D. Afonso Henriques que para conseguir este desígnio, teve que prender sua mãe no castelo de Póvoa de Lanhoso.

D. Afonso Henriques rumou a sul na valorosa Reconquista, contra o Muro islâmico invasor. Mudou a capital de Guimarães, berço da nacionalidade para Coimbra, depois Lisboa.

E assim se foi desenvolvendo o centralismo lusitano.

Convenceram-nos que éramos todos Lusitanos, dos quais nos orgulhamos, mas aqui somos galaicos-galécicos. Temos a cultura celta dos galaicos na miscigenação com a romanização da província da Gallaecia feita pelos romanos.

Mais a sul do Mondego ficava outra região da romanização, a Lusitânia. O Algarve (AL Garb) manteve mais tempo a colonização dos mouros islâmicos.

Respeitar a etnicidade das Regiões de Portugal Continental será de elementar Justiça.

Foi uma disputa de cariz religioso, que levou à partição da Gallaecia, que na Idade Média, tal como ainda nos islâmicos, o poder político e religioso confundiam-se com supremacia do religioso. Felizmente evoluímos para um Estado laico, no respeito pelo religioso. “A Deus o que é de Deus, a César o que é de César”.

“Demos novos Mundos ao Mundo”, disso todos nos orgulhámos, da nossa Galeguia/Lusofonia, mas perdemo-nos no Longe temos de encontrar o Aqui.

Mas porquê ocultarem-nos a nossa mais ancestral etnicidade?

Não podemos nem queremos mudar a História, mas o respeito de identidades regionais, que o Povo não reivindica por desinformação de séculos de centralismo.

Pela implementação da Eurorregião Norte de Portugal/Galiza já reconhecida pela União Europeia. Galiza já é uma região autónoma à semelhança dos nossos Açores e Madeira.

É tempo de se lutar pela descolonização interna de Portugal Continental. A Região é a unidade mais racional de administração face à pequenez do Município e distante Terreiro do Paço.

Pela verdadeira Unidade no respeito da diversidade, face à unicidade centralista. Dizemos “nom” “Naçom” entre outros vocábulos. Usamos o “b” em muitas das palavras que o centralismo lusitano nos diz estarmos errados. Não estamos errados se não quisermos ser colonizados por outros falares. Diversidade fónica da Língua, numa mesma significação semântica deve ser reconhecida.

 Pois do nosso falar, nortenho, galaico-galécico nos devemos orgulhar, não ter complexo da outra grafia que reproduz e bem o falar do centro/sul da Lusitânia e Algarve.



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